Ele criticou governo e citou medidas que impactaram estados e municípios.
Na reunião com governadores, Dilma pediu ajuda para barrar 'pautas-bomba'.
Após a presidente Dilma Rousseff pedir aos governadores ajuda para barrar no Congresso pautas com impacto nas contas públicas, as chamadas "pautas-bomba", o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), fez críticas nesta quinta-feira (30) a medidas do próprio governo federal que afetaram a arrecadação de estados e municípios e cobrou que “todos estejam imbuídos” de não aumentar despesa para os outros.
Dilma se reuniu na tarde desta quinta com todos os governadores para defender as medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, justificou a necessidade de vetar projetos aprovados no Congresso que elevariam despesas para o Executivo e pediu a ajuda deles para barrar no Congresso a aprovação das chamadas “pautas-bomba”.
Ao comentar o apelo feito pela presidente Dilma, Cunha citou a redução do IPI sobre a venda de produtos industrializados e o aumento do piso do magistério, sem o devido repasse para estados e municípios, geraram forte impacto nas contas dos estados e municípios.
“Quando fizeram grande parte dos benefícios fiscais de IPI afetava o FPE (Fundo de Participação dos Estados], o FPM (Fundo de Participação dos Municípios]. Quando colocou aumento do piso dos magistérios acima da inflação sem repassar os recursos por portaria também se afetou os estados e“É importante que todos estejam imbuídos para não colocar despesa para os outros e tentar junto evitar que seja aumentada despesa, principalmente, num momento difícil como esse”, complementou Cunha.
Sobre a volta do recesso parlamentar, a partir da semana que vem, Cunha disse que o clima “não é bom” para o governo federal e, entre as razões, citou a queda na popularidade da presidente e a crise econômica.
“Tem uma série de fatores que vão ter que ser levados em conta. Primeiro, tem fatores como queda de popularidade, déficit nominal no primeiro semestre anunciado hoje, recorde igual há 18 anos, isso mostra um descontrole das contas. Teve uma baita diminuição de arrecadação tributária, que tem impacto nos estados e municípios. Tem aumento da taxa de desemprego”, listou.
Para ele, não é possível dizer que os deputados vão voltar mais “duros” na aprovação de medidas desfavoráveis ao governo, mas que eles estão “sentindo o clima” nas suas bases. “É uma convulsão generalizada de vários problemas. Isso tudo não é um clima bom”, ponderou.
Crise econômica
Cunha rebateu ainda os argumentos usados pela presidente na reunião com governadores para justificar a crise econômica e disse que o governo já sabia da dimensão da crise durante a campanha eleitoral, no ano passado.
Cunha rebateu ainda os argumentos usados pela presidente na reunião com governadores para justificar a crise econômica e disse que o governo já sabia da dimensão da crise durante a campanha eleitoral, no ano passado.
No encontro, Dilma enumerou diversos fatores externos como agravantes para a crise econômica do país e a inflação e culpou o cenário econômico difícil para não cumprir algumas promessas feitas nos meses que antecederam as eleições de outubro de 2014. Segundo a presidente, houve um "colapso" no preço das commodities e uma "grande desvalorização" na moeda brasileira.
“Cada um sabe a razão pela qual prometeu e sabia as condições pelas quais achavam que poderiam cumprir o que prometeu. Os preços das comodities ou essa situação não aconteceram agora. Já estavam na campanha eleitoral”, criticou Cunha.
Para o peemedebista, o erro do governo foi concentrar a pauta de exportação nas comodities. “Talvez o Brasil tenha errado porque o Brasil está sem produtos competitivos e está com uma pauta de exportação volumosa muito restrita às próprias comodities. Isso é um erro de política quando colocaram toda a concentração nisso. Com relação à inflação, a causa da inflação são os preços administrados”, avaliou o deputado.
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