sábado, 15 de agosto de 2015

Morre bebê de MG que comoveu web durante batalha contra leucemia

Nascida em Ituiutaba, Gabi tinha irmão como doador e se tratava em SP.
Velório e sepultamento ocorrerão na cidade natal, no domingo (16)


A fé e a garra de uma família de Ituiutaba que buscava a cura da filha Gabriela Silva, que lutava contra a leucemia, agora estão voltadas para a tentativa de superar a dor da perda. Gabi, como ficou conhecida nas redes sociais, faleceu às 4h40 deste sábado (15), aos oito meses de vida, em São Paulo, onde realizava tratamento desde janeiro e aguardava para transplante de medula óssea. A informação foi confirmada pelo pai Geliel Batista Gomes.
Gabi nasceu em 24 de dezembro, em Ituiutaba. A descoberta da doença ocorreu no dia 21 de janeiro deste ano.
Segundo Gomes, há cerca de duas semanas, os médicos mostraram estar preocupados com o quadro clínico da menina. “Os médicos mandaram a gente aproveitar o máximo com ela. Há três dias ela começou a ter dificuldade respiratória e não aguentou. Ela descansou. A dor da perda é a maior, como se fosse tirado um pedaço nosso. Planejamos tê-la com tanto carinho e lutamos com todo amor até o final”, disse.
O velório ocorrerá a partir das 14h deste domingo (16) no Liv Cristo Rei e o sepultamento será no cemitério de São José, ambos em Ituiutaba.
 Histórico
Gabi tinha o irmão Gustavo Silva, de dois anos, como doador de medula óssea 100% compatível, mas precisava do remédio para iniciar sessões de quimioterapia. No dia 30 de maio, a comoção em rede social permitiu a compra do remédio com o suporte financeiro recebido. Graças à prescrição médica para mudança na dosagem do medicamento que a garota precisa tomar Gabi e família comprassem um frasco do remédio – ainda não regulado no Brasil
Após o período, a garota passou por exame de meliograma para checar a situação da leucemia. A doença cessou, mas retornou e impediu o transplante.
A dona de casa Queila Borges é tia de Gabi e cuidou da página em rede social responsável por arrecadar doeações. Mais de 14 mil pessoas se somaram à campanha em prol da vida da garota. A família ainda teve que enfrentar uma nova etapa antes da conseguir o transplante: a Gabi foi submetida a uma cirurgia para a retirada de um nódulo encontrado na cabeça.
Ainda segundo Queila, a solidariedade para com os pacientes deve ser multiplicada. “Eu não queria lembrar do nome da doença para nunca mais. Através da Gabi a gente viu o quanto essa doença está espalhada. Tem muitas pessoas que para fazer o transplante e tem que ser muito rápido, pois a leucemia não dá trégua. As pessoas não estão conscientes. No caso da Gabi, muitas fizeram cadastro e atenderam nossos apelos. Mas é maior o número de pessoas que precisam de doação”, disse.
Descoberta da doença
O pai da garota é funcionário de uma usina em Ituiutaba. Geliel recorda que o diagnóstico da doença ocorreu um dia após consulta pediátrica para avaliação médica de um machucado no nariz e uma mancha na barriga. Dali em diante, a família se juntou para buscar a cura da criança, que segue internada no Instituto do Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), em São Paulo.
“Apareceu um inchaço no nariz da Gabi com 28 dias de vida, no dia 21 de janeiro de 2015. Minha esposa ficou preocupada e comentou comigo. Marcamos a consulta em Ituiutaba e o médico percebeu que tinha uma mancha roxa na barriga dela. Minha esposa pediu para fazerem os exames da plaqueta e, no outro dia, às 17h, ficamos sabendo do resultado. No mesmo dia minha esposa já viajou com ela para Uberlândia. para começar o tratamento no Hospital de Clínica da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU)”, recordou.
A família ficou em Uberlândia até 25 de março. Neste período, Ana Paula da Silva conheceu outra mãe de uma garota diagnosticada com leucemia e, com a ajuda da mulher, conseguiu consulta no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Foi então que o pai da menina dirigiu 726 km de Ituiutaba a São Paulo na esperança de ver a cura da filha. “O médico se sensibilizou e nem cobrou a consulta de R$ 1 mil. Em seguida ele encaminhou a gente para o Itaci rapidinho. Sou grato a ele", disse.
Compatibilidade e novos problemas
A esperança aumentou quando a família descobriu que o filho Gustavo é um doador 100% compatível para a irmã. Porém, a descoberta de um nódulo na cabeça da menina adiou a caminhada rumo à cura.
“Minha filha foi fazer o exame para o transplante que seria feito no dia 25 de maio, mas encontraram um nódulo na cabeça e tiveram que fazer cirurgia. Entretanto, ainda não temos o resultado da biópsia deste segundo problema. E por causa deste nódulo, que já foi retirado, não teve como fazer o transplante ainda”, contou Geliel.
Novo endereço e solidariedade
Queila contou ainda que a ajuda das pessoas foi fundamental. O pai, a avó materna e o irmão de Gabi tiveram a sorte de, um mês após a chegada em SP, conseguirem um local para se hospedarem.
"Quando o meu irmão foi com o filho deles para a doação da medula, eles ficaram na casa de apoio. Pouco tempo depois, uma mulher que mora em Ituiutaba e tem apartamento em São Paulo passou a chave para eles terem um local para ficar. O apartamento fica a 5 km do hospital, dá uns cinco minutos de carro”, comentou.
O pai Geliel revelou que a rotina da família ganhou novo ritmo a partir de 5 de maio, data em que todos se mudaram para São Paulo. Enquanto ele faz o transporte dos familiares na metrópole, a esposa e sogra alternavam em acompanhar Gabi.











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