Tatuagem escondem cicatrizes de agressões de ex-companheiros.
Foram cinco mil casos de violência contra mulheres neste ano no Paraná.
Sensível às vítimas de violência, Flávia Carvalho decidiu dedicar parte do tempo para tatuar voluntariamente mulheres que carregam no corpo cicatrizes deixadas por agressões de ex-companheiros.
“Uma mulher que sofre uma agressão física, já fica com a autoestima abalada, com o amor próprio abalado, e você poder resgatar isso dela através da tatuagem, através da arte é muito legal”, avalia a tatuadora.
Dados da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP/PR) mostram que em 2014 foram abertos 9.729 inquéritos relacionados à violência doméstica no Paraná. De janeiro a julho, mais 4.920 entraram para a estatística.
Uma das mulheres que procurou a tatuadora Flávia é Aline Garcia. Ela foi esfaqueada pelo ex-namorado, que não se conformou com o fim do relacionamento. Foram oito golpes que a fizeram ficar dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Agora, um ano depois da agressão, ela olha atentamente o trabalho da tatuadora na perna esquerda. Aos poucos, o desenho vai se formando na perna esquerda.
“É uma picadinha bem tranquila, bem suportável. Perto do que eu passei, bem tranquilo”, diz Aline. Ela ainda tem marcas nas mãos, braços e peito.
“É uma picadinha bem tranquila, bem suportável. Perto do que eu passei, bem tranquilo”, diz Aline. Ela ainda tem marcas nas mãos, braços e peito.
A imagem de um lobo com uma mulher, simbolizando a força feminina, deu um novo direcionamento para as lembranças. “Esquecer, não tem como. São marcas que vão ficar no resto da minha vida. Só que, agora, com a tatuagem, a lembrança que eu tenho é outra. É uma marca de superação”.
A iniciativa de Flávia é reconhecida pela secretária municipal da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro. Em especial, porque é comum as mulheres terem dificuldade para reconhecerem que são vítimas de violência.
“Colocar à disposição dela uma ação criativa, talentosa, uma alternativa para que ela possa se assumir, assumir a sua cicatriz, eu acho que o resultado passa a ser mais positivo e a mulher passa a ase aceitar de uma forma ainda melhor”, disse a secretária municipal Roseli Isidoro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário